O conceito de experimentação na filosofia de Gilles Deleuze
Em uma pesquisa anterior – que deu origem à tese de doutorado A ética em Deleuze: um corpo que avalia e experimenta –, buscou-se discernir, por meio da exploração de toda a obra deleuziana, o que constituiria propriamente o seu pensamento ético. A dificuldade desta pesquisa foi que tal pensamento, apesar de permear praticamente todos os escritos deleuziano, nunca foi claramente sistematizado pelo autor. Ao fim deste percurso, chegou-se à fórmula presente no subtítulo da tese: um corpo que avalia e experimenta. As grandes influências para que Deleuze criasse a sua própria perspectiva ética estão presentes, de maneira implícita, em tal fórmula: a partir de Nietzsche, Deleuze pôs em primeiro plano o conceito de avaliação, e com Espinosa, chegou ao conceito de experimentação. Ocorre que, se é bastante evidente que a avaliação é um conceito nietzschiano, o mesmo não se dá quanto ao parentesco entre o conceito de experimentação e o espinosismo.
Os objetivos desta pesquisa são: comprovar a filiação do conceito deleuziano de experimentação à filosofia espinosista; observar os deslocamentos deste conceito na obra de Deleuze; e extrair todas as consequências de tal conceito para a ética deleuziana.